quarta-feira, 27 de junho de 2018

São João de verdade


Saímos de Petrolina um pouco antes das 8:00h da manhã do sábado, dia 23 de junho. Éramos oito jornadeiros distribuídos em dois carros. Chegamos em Senhor do Bonfim por volta das 10:00h e fomos diretamente para o local da nossa hospedagem, uma sala de aula do campus da UNIVASF. Deixamos as coisas lá e fomos conferir o que acontecia pela cidade, que exalava o clima junino.

Andamos pelo centro e circularmos pelo palco principal das festas juninas, instalado na Praça Nova do Congresso. Em seguida, andamos até o centro, onde passeamos pela feira livre que acontecia neste dia. Em todo o caminho, o clima era de São João. Muita gente, muito movimento e, é claro, muitas bandeirinhas, barracas de comidas típicas e outros adereços que marcam a época. Depois da feira retornarmos para a praça e lá encontramos com mais três jornadeiros, José Carlos, Joana e Catarina, que vieram especialmente de Jaguarari para se juntar à nós.

Almoçamos juntos e seguimos para o Hotel Novoleste, na Praça Lauro de Freitas, haveria haveria a concentração do tradicional Grupo Caroá. Ficamos por lá um tempo e resolvemos voltar ao centro antes da saída do grupo. Na Praça Antônio Gonçalves assistimos a uma apresentação sensacional de um grupo de quadrilha muito animado. Foi difícil se controlar e não sair dançando junto com eles. Antes, nesta mesma praça, circulamos pelas barracas de comida e artesanato.

Terminada a quadrilha, voltamos ao encontro do Grupo Caroá, que a esta altura já se encontrava na primeira casa do circuito, situada nas proximidades. Lá, entramos, conferimos o movimento e, para nossa alegria, encontramos com os jornadeiros Fabio Neto e Paula Theotonio. Eles se mudaram para Vitória da Conquista mas não perderam o espírito jornadeiro, mantendo a curiosidade e as máquinas fotográficas a postos em todos os momentos. Assim, pudemos conversar um pouco e matar as saudades. Ainda caminhamos juntos por outras casas, mas acabamos nos perdendo na multidão que seguia o desfile.

Continuamos com o Grupo Caroá até o anoitecer, passando por diversas casas. Quando já estava escuro, as primeiras espadas foram lançadas próximo ao grupo e provocaram sustos em alguns jornadeiros, em partcular o Vinicius Colletto, que foi atingido (sem gravidade) por uma delas em um dos pés. Seguimos mais um pouco e vimos mais espadas no próximo ponto de parada. Ali, um secretário municipal de Cultura que vestia uma camiseta com as inscrições "Tradição não é crime" soltava espadas com grande animação, em frente a uma fogueira. Em seguida, ele nos levou até um bairro vizinho onde uma Guerra de Espadas estava em pleno andamento. Por isso, precisamos nos despedir do Caroá antes do seu término.

Chegamos até a Guerra de Espadas um pouco receosos com o perigo. Afinal de contas, as espadas explodiam, faiscavam, soltavam fagulhas por todo lado, corriam pelo chão, emanavam fumaça tóxica e criavam risco de queimaduras em todos que se aproximavam. Por isso, decidimos por uma distância segura e ali ficamos, fotografando e recusando os convites dos espadeiros para nos aproximar e entrar na Guerra. Depois de tanta emoção, julgamos que já tínhamos visto e fotografado o suficiente. Assim, retornamos ao centro e fomos comer pizza e tomar cerveja, ainda sob efeito das histórias e fortes emoções da Guerra presenciada, além do restante do dia.

Retornamos à universidade por volta das 22:00h. A maioria prefeiru dormir, e por isso ficou às voltas com arrumações, banhos frios, sacos de dormir e colchões infláveis. Um pequeno grupo, no entanto, resolveu sair de novo e ir conferir o Forró do Maurição, uma festa particular aberta ao público que acontecia bem em frente ao campus. Lá fomos mutíssimo bem recebidos pelo próprio e usufruimos de uma linda e animada festa até por volta da meia-noite.

O dia seguinte, domingo 24/06, começou procurando lugar para comprar as latas de leite exigidas como ingresso para o Trem do Forró. Depois que conseguimos comprá-las, fomos tomar café da manhã no mesmo lugar onde havíamos almoçado no dia anterior. Dali foi só descer a ladeira, entrar na estação de trem e ficar na fila para conseguir os ingressos para o trem. No meio tempo, fotografamos à exaustão as senhoras que usavam vestidos coloridos e animavam os passageiros enquanto os comboios não partiam. Entre elas, uma senhora de 99 anos de idade, vestida de amarelo, era o destaque do grupo e das nossas lentes. Nosso trem saiu por volta das 11:00h para um percurso de 5Km (ida e volta), com duração de cerca de uma hora. No caminho, dançamos forró ao som do trio que estava no vagão, degustamos comidas típicas e, é claro, fotografamos tanto a parte de dentro quanto a parte de fora dos vagões. 

Terminado o passeio de trem, e ainda contagiados por tanta animação, fomos almoçar. Depois, ainda encontramos com o jornadeiro Euriclésio pelas ruas e fomos fazer pose para mais uma foto oficial na praça central. Em seguida, retornamos à UNIVASF, pegamos as coisas e voltamos para dar mais uma olhada no movimento. A vontade era ficar, mas o sol iria se por em breve e as atrações do dia ainda iriam começar. Assim, resolvemos colocar o pé na estrada, o que nos permitiu chegar em casa no início da noite, evitando trafegar pela estrada na escuridão.

Foram dois dias de muita animação e muita fotografia, num clima agradabilíssimo de São João do interior. Tivemos o prazer de contar com a participação de dois novos jornadeiros nesta edição, o João Alexandre e o Vinicius Colletto. Sejam ambos bem-vindos e apareçam sempre! Além disso, tivemos também a alegria de encontrar com dois antigos e eternos jornadeiros, o Fabio e a Paula. E ainda contamos com a presença do José Carlos, da Joana e da Catarina nos dois dias, sempre indo e retornando para Jaguarari. A Joana, em particular, nos concedeu a honra de passar parte do dia do seu aniversário (domingo) conosco nesta Jornada por isso mesmo ainda mais especial.

Deixamos aqui registrados os nossos agradecimentos para a Catia Gomes Rodrigues, do CAC da UNIVASF de Senhor do Bonfim, que atendeu com grande gentileza a nossa solicitação de sala de aula para pernoite e dessa maneira contribuiu de forma decisiva para a realização desta Jornada Fotográfica.

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